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domingo, 26 de abril de 2009

Poluição Luminosa

A Poluição Luminosa (PL) é comumente definida como a luz externa mal-direcionada que vai para o céu (causando o brilho visto acima das cidades), ao invés de somente iluminar o chão; ou seja, é luz desperdiçada. A PL é a maior ameaça que temos hoje à beleza do céu noturno. Quem não nota a quantidade de estrelas visíveis à noite quando se vai a uma fazenda?! Nas cidades, é impossível observar sequer parte do que é visível longe delas!
Alguém poderia dizer que essa "poluição" é inevitável, resultado do progresso, e como tal, necessária. Porém essa afirmação é falsa. A PL é resultado do mau planejamento das luminárias que compõem os sistemas de iluminação. Uma luminária correta, anti-poluente, direciona a luz para o local a ser iluminado, eliminando o desperdício de luz. As luminárias atuais em geral deixam a luz escapar em todas as direções. O correto seria que o campo luminoso gerado não ultrapassasse a altura da própria lâmpada.
As vantagens disso? São muitas. A maior delas (além da preservação da atividade astronômica) é a economia de energia elétrica. Nas luminárias que poluem o céu, é preciso gastar mais energia (lâmpadas mais potentes, "com mais Watts") para compensar a luz que deixa de ir para o chão. Usando luminárias bem projetadas, anti-dispersivas, concentra-se a luz no local a ser iluminado (uma rua, por exemplo), o que permite que lâmpadas menos potentes sejam usadas, economizando energia. Outro benefício alcançado com a implantação de luminárias anti-dispersivas seria a maior segurança, tanto nas propriedades privadas quanto no trânsito, já que a luz que polui o céu também causa ofuscamentos nas pessoas, atrapalhando motoristas e escondendo marginais.
O que podemos fazer para reduzir a poluição luminosa?
Muita da iluminação publica é desperdiçada, já que muitas vezes ilumina para cima e para os lados. Muitos dos candeeiros emitem entre 30 e 50% da luz para cima, devendo ser substituídos por outros com protecções superiores e laterais que direccionem a luz para baixo. Em muitos locais poderiam existir sensores de movimento que activariam a iluminação, reduzindo-se o tempo em que esta estaria ligada.
Algumas empresas, ou mesmo habitações claramente exageram na iluminação dos seus edifícios e propriedades. A redução desta iluminação traria benefícios não só para a redução da poluição luminosa, como para a redução do gasto de energia.

A principal causa da poluição luminosa é o desperdício de luz. Portanto, reduzir os seus efeitos negativos significa economizar luz, energia elétrica e muitos bilhões de dólares por ano em todo o mundo. Não precisamos apagar a cidade, mas cuidar para que a iluminemos corretamente, enviando luz apenas para as áreas que queremos enxergar.
Fazendo um levantamento da iluminação artificial noturna em nossas cidades, podemos perceber facilmente o enorme desperdício de luz causado por luminárias que lançam grande parte de sua luz para cima, paralelamente ao solo ou para além da área útil. São os postes da iluminação das ruas, os das praças, em forma de globo esférico, os refletores das quadras de esportes, estacionamentos, canteiros de obras, clubes, aeroportos etc. Se cada dispositivo de iluminação fosse criado com o cuidado de aproveitar toda a luz gerada, dirigindo-a para baixo, os níveis de poluição luminosa cairiam mais de 80%.
Talvez a maioria das pessoas não perceba isso, mas jogar luz para cima não aumenta a segurança de ninguém nem melhora a visibilidade das nossas ruas. É apenas a mesma coisa que queimar dinheiro, que em muitos casos é público.
O estado atual da iluminação pública é lamentável, principalmente depois que as lâmpadas de mercúrio começaram a ser substituídas pelas de sódio, amarelas, em luminárias dispersivas, aumentando muito o desperdício de luz. Sabemos que nos lugares onde o problema da poluição luminosa foi tratado com a atenção que merece, as vias públicas ficaram mais visíveis, o ofuscamento foi drasticamente reduzido e uma grande economia foi obtida.

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